As melhores brincadeiras para cada fase
“O post de hoje, uma matéria bem interessante da
Revista: Pais & Filhos, onde são apresentadas fases para as melhores
brincadeiras e estímulos lúdicos para o infantil." Acompanhe:
Crianças adoram brincar. E você, provavelmente,
adora vê-las brincando. Mas deixar que os pequenos se divirtam à vontade com
seus brinquedos tem uma razão que vai além da pura diversão: é por meio da
brincadeira que eles desenvolvem habilidades como coordenação motora e
raciocínio, para falar o básico. Por isso, a gente insiste: deixe seu filho
brincar! Para ele, é a maneira mais divertida de se expressar, além de
descobrir o mundo e se relacionar com ele.
Para
cada fase do desenvolvimento da criança há brinquedos mais adequados. Uma
simples bolinha de pano colorida, por exemplo, pode fazer maravilhas para um
bebê que está descobrindo cores, formas e texturas, enquanto uma criança mais
crescida com certeza vai preferir um jogo de tabuleiro. Por isso, especialistas
explicam quais as brincadeiras mais interessantes em cada faixa etária. Claro
que não precisa de tanta rigidez – ao completar certa idade, a criança não é
obrigada a abandonar um brinquedo do qual ainda gosta. A questão é bem
flexível, e separar as brincadeiras por faixas etárias apenas auxilia a
compreender o desenvolvimento dos pequenos em cada fase da infância.
Até 4 meses
Nessa
idade, o bebê está na fase sensório-motora, que dura até os 2 anos. É hora de
descobrir o mundo através dos sentidos. Isso significa que ele adora cores,
sons, texturas e formas. No primeiro mês de vida, só quem participa da
brincadeira são as mãos e a boca. Depois, o bebê já consegue acompanhar imagens
com os olhos e até tenta colocar o pé na boca. Experimente oferecer mordedores
ao seu filho, para que ele possa explorar a textura e a forma do objeto (sempre
tomando cuidado com a higienização do brinquedo, claro). Outra boa pedida são
brinquedos que emitem barulhos, como chocalhos leves e bolinhas. Tudo com
moderação. Brinquedos barulhentos demais podem prejudicar o desenvolvimento da
audição do bebê ou até deixá-lo irritado. Então, o melhor é esperar que a
criança esteja um pouco maior para oferecer brinquedos sonoros e caixinhas de
música. O importante é ter em mente que seu filho vai precisar de coisas que
possa morder, agarrar, manipular. Bolinhas de pano ou de borracha que caibam na
mão, com texturas diferentes e bem coloridas, são bem-vindas. Embora o bebê
ainda não tenha todo o seu potencial visual desenvolvido, móbiles são bons
estimulantes visuais.
De 4 a 6 meses
Se
você tem um filho nessa faixa etária, provavelmente já notou que ele adora
atirar as coisas no chão. Isso acontece porque essa é a fase em que a criança
começa a perceber os movimentos que é capaz de causar nos objetos. O bebê
continua apertando e testando tudo, mas os pais já podem apresentar alguns
brinquedos que eles possam movimentar. Vale desde um brinquedo grande para a
criança arrastar, até cubos coloridos para empilhar. Há também brinquedos de
pano, ótimos para deixar que o pequeno mate toda a sua vontade de atirar as
coisas e se divertir descobrindo que é capaz de colocá-las para se mexer. As
crianças dessa idade brincam pelo simples prazer de fazer rolar uma bola ou
produzir sons batendo um martelo de brinquedo, repetindo os movimentos e
observando seus efeitos.
De 6 a 10 meses
O
pequeno já tem uma relação mais organizada com formas e sons diferentes. Uma
boa opção são os brinquedos de encaixe com peças grandes, de tamanhos variados.
Melhor ainda se emitirem algum som quando as peças são encaixadas, porque a
criança percebe que pode escolher o que quer ouvir. Tapetes com estímulos
sonoros também podem ser uma boa pedida. É uma boa hora para oferecer
brinquedos que estimulem a criança a se sentar sozinha, como cubos de empilhar.
O bebê já é capaz de manusear livrinhos de pano, plástico ou borracha com
textura. Existem também as opções à prova d’água, para os adeptos da choradeira
na hora de entrar no banho. Por volta dos 8 meses, o bebê começa a identificar
esquemas corporais. Por isso, essa é uma boa hora para brincar com bonecos e
animais de tecido. Por mais que ainda não tenha linguagem definida, a criança
já começa a fazer alguma classificação mental quando reconhece as mãos e os pés
de seus brinquedos.
De 10 meses a 1 ano
A
gente não se lembra, mas o mundo fica bem maior depois que a gente começa a
engatinhar. Nessa fase, seu filho está passando pela excitante descoberta do
espaço horizontal, e adora explorar limites engatinhando pela casa. É nessa
etapa que o pequeno começa a tomar mais consciência corporal, e pode começar a
balançar seu corpo recém-descoberto no ritmo

das músicas. Por isso,
é importante apresentar a ele algumas canções que permitam que ele “dance” (à
sua maneira, claro). Seu filho vai aprender tudo isso por imitação, repetindo
os movimentos que os adultos fizerem. Personagens de desenhos animados também
podem ser exemplo, desde que o pequeno não fique muito tempo diante da
televisão. Nessa fase, é importante o desenvolvimento sensorial, que pode ser
estimulado com brinquedos que proporcionam um movimento de vai-e-vem, como
cavalinhos e cadeiras de balanço.
De 1 a 2 anos
É hora de seu filho descobrir que tem força e,
mais do que isso, aprender a usá-la. Por isso, cavalos com rodinhas, carrinhos,
caminhões e qualquer outro objeto que ele possa puxar e empurrar são ótimos
passatempos. Ao descobrir que um carrinho muito grande precisa de mais força
para atravessar a sala, a criança ganha noção de peso e tamanho. O pequeno
também já consegue brincar em carrinhos que possa movimentar com os pés
(semelhante aos triciclos, mas sem pedais). Brinquedos como esses desenvolvem a
coordenação e o equilíbrio, além de fortalecerem os músculos das pernas. Outra
brincadeira muito boa para essa idade são blocos de montar.
De 2 a 3 anos
As brincadeiras que exigem mais coordenação
motora já podem ser apresentadas para o pequeno. Ele já consegue pedalar num
triciclo, brincar com baldinhos na areia e montar quebra-cabeças com peças
grandes, por exemplo. Essa é a fase em que seu filho vai adorar fazer, desfazer
e refazer até cansar. Por isso, abuse dos brinquedos de montar e desmontar e de
bonecos com roupas
fáceis de serem tiradas e vestidas. Em tempo: vale lembrar que essa vontade de
montar e desmontar tudo é um sinal de alerta para a qualidade dos brinquedos
escolhidos, pois alguns têm peças pequenas, que podem ser perigosas. Piscinas de
bolinhas são ótimas para a idade. Além de terem muita cor, a criança vai lidar
com todas aquelas bolas no corpo e ver como ela ocupa o espaço – percebendo
que, quando ela entra, as bolas se deslocam. Isso favorece o desenvolvimento da
percepção espacial e ajuda a lidar com o equilíbrio.
De 3 a 4 anos
Hora da meleca! Seu filho vai adorar
brincadeiras com massinha, tinta e areia, além de rabiscar. A criatividade
começa a se desenvolver, e a criança também percebe, com mais intensidade, que
pode produzir coisas para oferecer ao outro. A junção disso a gente já conhece:
começam a aparecer os famosos desenhos ou esculturas de massinha que vêm
acompanhados de um “pra você, pai” ou “pra você, mãe”. Nessa faixa etária, em
que já há linguagem e vocabulário, quem comanda as brincadeiras é o mundo
imaginário. Para deixar as brincadeiras de faz-de-conta mais divertidas,
máscaras, fantoches e fantasias são boas sugestões. Vestidos como seus
personagens favoritos, os pequenos adoram “ser” princesas e super-heróis. A criança
percebe que seus desenhos começam a parecer com pessoas. Também é a fase
dos instrumentos musicais de brinquedo, como pandeiros, pianinhos, trombetas e
tambores.
De 4 a 5 anos
O desenvolvimento da criatividade continua
aguçado, e a criança começa a criar situações e “se disfarçar”. Pode passar um
bom tempo batendo um papo imaginário com um telefone de brinquedo, por exemplo.
Também são boas opções as casas de bonecas, fazendinhas e circos de brinquedo.
Também é a fase em que o pequeno pode se interessar mais ainda por lápis de
cor, canetinhas e giz de cera. Experimente comprar uma lousa. Seu filho vai se
divertir bastante desenhando e apagando, e o planeta ainda ganha com a economia
de papel.
De 5 a 6 anos
A fantasia perde um pouco o espaço, e a criança
começa a construir sua identidade. Agora, tem mais autonomia – adora escolher a
roupa que quer usar, por exemplo. As bonecas, bolsas e bijuterias começam a
fazer sucesso com as meninas. Também costuma ser o momento em que os garotos
têm vontade de brincar com postos de gasolina, trenzinhos e caminhões. Nessa
idade, em que já existe o convívio e a interação com outras crianças, jogos e
atividades em grupo são importantes para que os pais comecem a passar valores
éticos, como dividir os brinquedos e não tomar o do outro.
De 6 a 8 anos
Seu filho já tem vida escolar e sabe que, como
toda criança, gosta de aprender. Os pequenos adoram descobertas, e a hora da
brincadeira é ótima para isso. Nem só os brinquedos são importantes nessa
idade. São essenciais atividades lúdicas, como fazer uma pipa e aprender a
colocá-la para voar. Seu filho também já pode participar de atividades que
exijam mais raciocínio lógico, como jogos de cartas e tabuleiro, revistas de
passatempo e quebra-cabeças mais elaborados.

Os jogos que propõem encontrar soluções para
pequenos problemas são excelentes para a idade. A criança também começa a se
interessar por games. Há jogos educativos muito bons, mas os pais precisam
ficar atentos ao tempo que as crianças passam jogando video-game ou no
computador. Afinal, as atividades em que as crianças são passivas não devem
tomar a maior parte do tempo de brincadeira, que se torna muito mais
estimulante com brinquedos que pedem atividade. Além da fase da construção da
aprendizagem, é também a da competição. A criança precisa de atividades que a
introduzam no mundo social. Por isso, esse é um bom momento para estimular a
prática de atividades esportivas. Não podemos nos esquecer de que é fundamental
estimular a leitura de livros, revistas e histórias em quadrinhos.
De 8 a 12 anos
É a fase dos jogos com regras, podendo ser de
cartas, tabuleiro ou quadra. A criança já é capaz de entender que existem
regras universais, e essas atividades ficam melhores ainda quando possibilitam
a interação em família. Mas nada de proteger seu filho deixando que ele ganhe o
jogo! Nessa idade, ele já é capaz de aprender a lidar com a frustração de
perder. Os jogos fazem com que a criança tenha consciência do outro, e a
apresentam o mundo socializado, regido pelas regras.
Consultoria: Adriana Friedmann, doutora em antropologia, autora
dos livros “O Brincar no Cotidiano da Criança” e “O Desenvolvimento da Criança
Através do Brincar” (Ed. Moderna). Quézia Bombonatto, mãe de Rodrigo, é
psicopedagoga, fonoaudióloga, terapeuta familiar e presidente da Associação
Brasileira de Psicopedagogia, tel.: (11) 3815-8710 - See more at:
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Fonte: Revista Pais & Filhos